terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Apple Store, uma experiência que inspira o consumo


Poucos fenômenos do mundo são tão impactantes quanto o primeiro contato de um indivíduo com a cidade de Nova Iorque, mais precisamente com a intersecção da Broadway com a Sétima Avenida, mais conhecido como Times Square. Basta poucos segundos de apreciação nesse local, para se observar a supremacia das marcas. São inúmeros prédios que são obrigados a terem instalados letreiros com o propósito de publicidade. Junto a isso tudo, o que mais se evidencia é uma onipresença de grandes marcas, todas disputando os ávidos olhares dos consumidores de todos os cantos planeta.

Entrando pela Quinta Avenida e indo em direção ao Central Park, é quando os olhos do consumidor se encontra com a Apple Store em uma ampla esquina, um dos metro quadrado mais valorizado da ilha de Manhhattan. O que se evidencia são reações de encantamento na mente do consumidor. O próprio projeto arquitetônico da faixada da Apple Store ironiza a emblemática pirâmide de vidro na entrada do Museu do Louvre de Paris. Em Nova Iorque, você não encontra a belíssima pirâmide de vidro mas encontra-se um cubo de vidro idealizada por Mr. Steve Jobs e sua valiosa equipe.

Sob a ótica do chamado Marketing Experimental, a Apple Store não concorre apenas com outros varejo do mesmo setor como Best Buy, mas sim com Starbucks, McDonald’s, Macy’s, Abercrombie & Fitch, Nike Town e Jamba Juice. Uma experiência de marketing bem feita liga a marca com o estilo de vida do consumidor, fazendo com que suas atitudes de compra compõem um contexto social mais amplo.

Dentro da loja, o layout é arrebatador. Uma loja espaçosa, bem resolvida e bem iluminada. Móveis bem dispostos e fabricados em madeiras claras e prateleiras de aço inox escovado, uma série de ícones que remetem à tecnologia. Todo o portfolio de produtos da familia Apple ficam super expostos e convidativos ao toque, ao uso, a experimentação. Centenas de iPod devidamente ligados com músicas e vídeos. Dezenas de MacBooks conectados à Internet Wireless ultra veloz e gratuita. Inúmeros iPhones habilitados para se fazer chamadas locais e interurbanas para quaisquer locais dentro dos Estados Unidos. Nota-se pessoas respondendo emails, ligando para clientes, realmente trabalhando. E tudo gratuito. É a manifestão da experiência de marca no seu sentido mais pleno. Aqui novamente pode-se perceber que são ações de encantamente e que resultam em uma futura divulgação gratuita e exponencial da marca diante de amigos, parentes e conhecidos.

Os projetistas da Apple Store usaram do bom senso em não instalar cadeiras perto da bancadas pois certamente os clientes ficariam muitas horas na frente dos equipamentos e conseqüentemente não favorecendo que outros consumidores degustem também os produtos Apple.

Os flashes das máquinas fotográficas e celulares não se limitam ao exterior da loja. No interior da Apple Store, eles continuam com um rirmo ainda mais forte. Os consumidores querem registrar aquele momento, querem que se albuns de viagens sejam a prova daquele momento mágico do consumo.

No ambiente da loja percebe-se uma democratização do espaço. São os mais diversos personagens sociais que habitam o ambiente da loja, desde altos executivos de empresas, ou turistas altamente entusiasmados com o consumo, até pessoas solitárias, e até mesmo mendigos transeuntes mixando músicas no Garage Band. Todos são benvidos, ninguém é hostilizado. Quanto maior o tempo que se permanece dentro de um loja, maior é a propensão que o consumidor não saia de mãos vazias.

A postura passiva, porém amistosa dos vendedores denota significativamente o posicionamento da Apple. Uma empresa jovem, pós-moderna e eclética. Pessoas jovens em sua maioria, com um nível técnico altíssimo. A não abordagem por parte do vendedor é uma característica bastante evidente. Entretanto, quaisquer sinais que o consumidor necessita de suporte o onipresente vendedor surge ao lado. Os dizeres das camisetas usadas pelos vendedores confirmam uma mistura de informalidade, bom humor, humanização e logicamente o estímulo ao consumo. Nas costas das camisetas, pode-se ler frases aleatórias, como por exemplo: “I could talk hours about these stuffs” (eu poderia falar horas sobre essas coisas), ou então “I know people” (Eu conheço pessoas), ou até mesmo “No pain, all gain” (Sem dor, todos ganham). Um fenômeno que aconteceu na finada loja Virgin da Times Square anos atrás, acontece hoje na Apple Store. É o sonho de qualquer jovem profisssional novaiorquino trabalhar como vendedor da Apple Store.

escrito por Marcos Hiller, editor do Blog do Hiller

3 comentários:

  1. Hiller, texto inspirador! Em abril estarei lá e vou vivenciar essa experiência. Abçs Marcos Giannotti

    ResponderExcluir
  2. So quem conhece dá valor. Para os que atuam em mkt ou varejo, essa visita é obrigatória pois trata-se de uma "aula". Já tinha estado em outras, mas essa que é a "flagship store", precisa ser visitada. Acrescento ainda, sobre os vendedores, o excepcional sistema de cobrança , usando o iPhone adaptado e evitando que o cliente, que teve tanta experiência boa, estrague tudo, demorando horas na fila. Abraço. Cassio

    ResponderExcluir
  3. Adorei o texto Marcos. Sua descrição impecável me levou para dentro da loja da Apple. By the way, as lojas da Apple aqui em Toronto seguem o mesmo padrão de excelência, decoração, dinâmica e disposição dos equipamentos, resultando em loja cheia sempre! Vale adicionar ainda que entre esses clientes, consumidores e curiosos estão também muitas crianças e pre-adolescentes jogando e brincando sem parar nas lojas, vidrados com a tecnologia do iPad ;) Super legal. Abraços. Marisa Leal

    ResponderExcluir