Por Gustavo De Vita*
Senhoras e senhores, habemus iPad 2 no Brasil! Correria, filas, euforia. O coração bate acelerado só de pensar em ter o inovador dispositivo nas mãos. Se há um camarada que eu admiro nesta vida é o Steve Jobs. Fundou a Apple, desenvolveu o conceito de mouse e navegação por janelas, foi enxotado da própria empresa, produziu o Toy Story e voltou triunfante para fazer de uma maçã, a marca mais valiosa do planeta.
Quando estive em Nova York há mais ou menos dois meses, confesso que fui mais um peregrino a empreender uma ávida busca ao iPad 2. Soho, 5th Avenue, 14th Street... Em cada loja que entrava o diálogo era sempre o mesmo:
- “Chegue mais cedo.”
- “Que horas?”
- “Antes.”
Esta maratona e frustração serviram para duas coisas: que eu pudesse ver muito em pouco tempo e que fizesse uma análise mais racional sobre a compra do iPad 2. Confira aqui minhas conclusões.
1 – USB e memória externa continuam de fora: a ausência da conexão padrão para periféricos é algo que pode irritar profundamente. Aí você pergunta: “Mas vem cá, o que é isso de periféricos?” Bem, imagine você viajando pelo mundo sem poder transferir suas fotos facilmente para o tablet. Ou ter todas as suas músicas num HD externo e não poder importar diretamente para sua biblioteca musical. É claro que podemos comprar um adaptador na Apple Store. Mas não será algo prático, nem barato.
2 – Não roda Flash: Ok! Concordo que os sites em Flash já estão um pouco ultrapassados. Mas o que é que nós, simples mortais, temos a ver com a briga da Apple com a Adobe? E se eu quiser jogar Super Mario Bros. Crossover no banheiro?
3 – iTunes: “Liberdade, liberdade! Abra as asas sobre nós. E que a voz da igualdade, seja sempre a nossa voz...” Tem gente que gosta, tem gente que odeia. Eu não tenho nada contra o iTunes. Mas até aí, amarrar a todos os usuários do iPad ao controvertido software musical, dá a impressão de ir mais além do que uma “venda casada”.
4 – Tamanho: Mais fino e mais leve, porém impossível de segurar com uma só mão. Pode ser que isso não seja importante para você. Porém, para os que buscam um dispositivo 100% portátil e fácil de levar, existem alternativas menores, mais leves ao iPad 2 e que cabem até no bolso de uma jaqueta. Como o Galaxy Tab ou Kindle.
5 – Não substitui um computador: Quando saiu o iPad 2 pensei: “vendo meu laptop e compro um”. Ledo engano. Há coisas que só o computador faz para você. Quer exemplos? Teclado físico é sempre mais cômodo para escrever um e-mail ou documentos mais extensos; Capacidade de armazenamento será sempre superior; Apesar de algumas apps alternativas, programas do tipo “office” ainda rodam melhor em hardwares mais robustos.
6 – O iPad 3 vem aí: A velocidade de inovação da Apple é tão grande que as chances de que já exista um protótipo (ou até versão final) de um novo iPad 3 são altíssimas. Para bater a concorrência rapidamente, a turma do Jobs sempre mantém uma carta na manga. Por exemplo: o iPad 2 ainda não traz a tela Retina, já presente no iPhone 4. Será por acaso que o primeiro iPad não vinha com câmara frontal?
7 – Preço: Os preços do iPad 2 no Brasil vão de R$ 1649,00 a R$ 2.599,00. Acho que depois da minha análise, deixo para você decidir se vale a compra.
Talvez você acabe preferindo uma passagem para Nova York ;)
(post publicado originalmente no OnSoftware, blog sobre tecnologia da Softonic Brasil)
* Gustavo De Vita é diretor de conteúdo do Softonic Brasil, vive há 6 anos em Barcelona, morre de saudades da comida da mamãe e de ver os jogos do Palmeiras com o papai. Pode ser facilmente encontrado no gustavo.devita@softonic.com
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