por @MarcosHiller
2012: o ano que o Facebook arrebanhou 1 bilhão de usuários, o ano das Olimpíadas de Londres, o ano da obra-de-arte Avenida Brasil, ano que o
Corinthians ganhou a Libertadores, ano que Barack Hussein Obama se reelegeu, e
o ano que Gangnam Style dominou o topo de views no YouTube. 2012 foi ano de
muito trabalho, ano de colocar muito projetos na rua, ano de errar, ano de
aprender, ano de evoluir. Terminamos 2012 com o Brasil rankeado como 6ª economia
do mundo. Fato histórico. Em 1998, no final do Governo FHC, éramos a 16ª.
economia do mundo. Mas isso não significa céu de brigadeiro. Muito pelo
contrário. Tem muita coisa a ser reparada, muitos números nos orgulham mas
outros ainda nos envergonham. Cerca de apenas 12% de nossos jovens estão
devidamente matriculados no ensino superior. Na Argentina esse índice chega a
50%, no Chile 60%, Europa e Estados Unidos batem 90%. O número de livros lidos
per capita ao ano aqui na Argentina são 12 livros. No nosso Brasil varonil é
0,5% livro lido ao ano. Isso tem que mudar.
Terminamos
2012 exportando aviões, publicidade e soja. Mas também terminamos o ano com
cerca de 25% de nossa população plenamente alfabetizada, ou seja, apenas ¼ de
nosso povo sabe ler e interpretar um texto. E os 75% restantes de nossa
população são analfabetos rudimentares ou sabem apenas ler o básico e escrever
o nome. Educação ainda é o calcanhar de Aquiles de nosso país. No Maranhão,
estado com um dos maiores índices de analfabetismo do país, temos 161 escolas que carregam o nome dos Sarneys.
Terminamos
2012 com cerca de 50% de nossa população acessando a Internet. Enquanto que um
novela da Globo atinge (em um intervalo de um mês) mais de 160 milhões de
espectadores. Internet no Brasil cresce à fórceps, tenta crescer, mas tem coisa
que não ajuda: Internet no Brasil é muito cara e muito lenta, os anunciantes
ainda são meio céticos na hora de investir em meios digitais. Na Argentina, de
novo, aqui ao lado, eles possuem Wi-Fi de graça dentro do metrô. Aqui nem ar
condicionado no metrô tem. Terminamos 2012 com cerca de 2 milhões de tablets vendidos, com 68% dos investimentos de publicidade destinado à TV aberta, com 12 milhões de assinantes de TV, e somos o segundo país com maior tempo de navegação do mundo. Cerca de 40 milhões de pessoas lêem blogs no Brasil, 13 milhões usam Twitter e 55 milhões usam Facebook (desses, 20 milhões usam na palma da mão).
Terminamos
2012 com cerca de 12% das verbas das empresas investidas em mídias digitais
(banners, Google, Facebook, Twitter, etc) enquanto que a maioria da grana ainda
está (e ficará por um bom tempo ainda) em mídias mais tradicionais como TV,
Jornal e Revista. Infelizmente o impiedoso modelo de remuneração de agências de
publicidade no Brasil (só no Brasil) previlegia o investimento em mídias
convencionais. Cerca de 40% do faturamento de médias e grandes agências no Brasil vem do famoso percentual de 20% que recebe de grandes veículos . Na
Europa já se investe mais no online do que no offline. Eles já perceberam "o jump of the cat" de se colocar a maioria verba no digital: investir no online é mais mensurável, mais
sustentável, mais barato e mais envolvente.
Terminamos
2012 com boa parte de agências ainda incinerando os orçamentos de anunciantes
em campanhas sem consistência e sem prezar pela construção efetiva de marca. Um
dos últimos exemplos disso foi a marca de caminhonete que entrou no ar semanas
atrás com a campanha do atolamento. Um filme feito para TV e que ganhou versão
estendida na internet (juntamente com um pedido de compartilhamento no final do
comercial). Dessa vez, o mote da campanha é o “trauma pós-atolamento”, visto
como algo mais sério e abordado com clichês que lembram comerciais sobre
disfunção erétil. Muito irreverente, muito bacaninha, muito comentado, mas na
minha humilde percepção: isso não constrói marca. Mais que isso, constrói-se
marca sim, mas para o líder da categoria. Compare essa campanha do atolamento com
as demais campanhas da mesma marca nos últimos 5 anos. Não tem absolutamente
nada a ver uma com a outra. Parecem marcas diferentes, e certamente deviam ser
agências distintas. Isso gera troféu, prêmio e buzz no YouTube, não constrói
marca. Desculpe.
Que 2013
seja melhor, que seja mais céu de brigadeiro do que foi 2012. Que 2013 seja ano
de estudar mais, de trabalhar mais, de pensar mais fora da caixa. Que seja um
ano cada vez menos 3.0 para algumas coisas e cada vez mais 1.0 para outras
coisas. Marque mais cafés. Abrace mais. Leia mais livros. Procure ligar mais
para dar parabéns aos seus amigos, em vez de uma conveniente e fria mensagenzinha
no Facebook. 2013 é ano de Copa das Confederações. É ano de arrumar o país para
a Copa do Mundo de 2014, o primeiro mundial onde poderemos assistir os jogos em
3D da poltrona de nossa casa. Até os uniformes das seleções estão sendo revistos,
pensados e remodelados pra um melhor impacto do efeito 3D. Vem ni mim, 2013.
Imagina a festa!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEntão, faz o favor de passar seu tel. pra eu te parabenizar ano que vem, tá?! E 2012 foi ano para reencontrá-lo professor querido do meu coração bandido.
ResponderExcluirE que chova brigadeiro pq eu nunca entrei de regime, e só uma constatação: 2012 é o ano em que eu correrei a São Silvestre, um sonho desde criança sendo concretizado. Comprei meu Nike e meu Monitor Cardíaco fodão com GPS pra tentar terminar o percurso (oremos). 2012 foi o ano que eu consegui uma realização profissional que ainda está no inicio da caminhada (mas eu cheguei lá), 2012 eu ri, eu chorei, eu abracei, eu ganhei, eu perdi, eu amei, eu revivi, eu reencontrei, eu fui feliz!
Um bjo e um abraço apertadinho e quentinho :P