por @MarcosHiller
Nunca foi
tão forte o rumor que a Disney, um dos maiores impérios do entretenimento no
planeta, estivesse em franca negociação para compra do parque Hopi Hari, na
região de Vinhedo em São Paulo. Há pelo menos 3 anos, o assunto já é discutido
amplamente, e um possível acordo para a compra do parque estaria para ser
concretizado a qualquer momento. Para o Hopi Hari, que nos últimos anos sofreu
sérias crises de imagem de marca, seria um alento esse suposto processo de
renascimento do parque pela marca Disney. E nada melhor do que ser substituído por
uma marca tão admirada como essa, e uma das mais valiosas do mundo, segundo o
último ranking da Millward Brown.
O conceito
original do Hopi Hari é fantástico. Um parque temático, com uma marca bem montada,
com funcionários bem treinados, com um idioma próprio, brinquedos sensacionais
e com outros vários detalhes fundamentais para construção consistente de uma
marca. Perfeito! No entanto, após anos de operação, em fevereiro de 2012, o
Hopi Hari sofreu uma de suas piores crises de imagem de marca. A morte da
adolescente Gabriela Nichimura, após queda do 'La Tour Eiffel', fez com que o
parque ficasse fechado por 22 dias. O Ministério Público denunciou 12 pessoas
por homicídio culposo. Logo após o acidente, o parque permaneceu aberto,
demonstrando total despreparo diante de uma situação gravíssima como aquela. A
vítima foi atendida prontamente, mas infelizmente faleceu em seguida antes de
chegar ao hospital em Jundiaí. O que vimos foi uma fatalidade e que impactou de
forma contundente a marca Hopi Hari. Os números de visitação do parque sofreram
quedas e outros parques como o “Beto Carrero World” em Santa Catarina receberam
excelentes índices de visitação. Isso é um movimento meio natural das pessoas,
assim como alguns turistas estão preferindo outras opções de roteiros românticos
em vez de cruzeiros marítimos pelos mares mediterrâneos, em virtude do
emblemático acidente marcado pelo “Vada a bordo, cazzo”, ouvido pelo comandante
Francesco Schettino do navio de cruzeiro italiano.
Uma ação
simples que o Hopi Hari poderia ter adotado após a morte da menina é a retirada
do brinquedo “La Tour Eiffel” do parque. Sob a ótica de gestão de crise de
marca, a permanência do enorme brinquedo protagonista do acidente fatal, só
reacende o fato todas as vezes que se passa de carro diante no parque na
Rodovia dos Bandeirantes em São Paulo. Mas no que tange ações digitais, ou o
chamado SEO reverso, isso foi feito. O SEO (sigla da Search Engine Marketing) é o
trabalho que se faz em um site para que ele apareça nos primeiros resultados da
busca orgânica (não-paga) do Google. E o SEO reverso é o trabalho que se faz
que um resultado específico saia das primeiras páginas do Google. No dia de
hoje por exemplo, quase 1 ano depois do acidente fatal no parque, quando se
digita o termo “Hopi Hari” o Google, o resultado com a notícia relatando o
incidente já não está mais na primeira página do Google.
No dia 4 de
julho do ano passado também, o Hopi Hari foi condenado pela Justiça do Trabalho
de Jundiaí a pagar indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 500
mil por submeter trabalhadores a revista íntima e a revista de armários, bolsas
e outros pertences. Em 2012 também o parque de diversões e a empresa GT
Ultralights foram condenados pela Justiça do Trabalho a indenizar em R$ 1,5
milhão o esquiador norte-americano Ryan Mitchel Bergeron, por danos morais e
materiais. O jovem, de 24 anos, perdeu o movimento das pernas ao bater a cabeça
e fraturar a coluna durante um show de esqui aquático promovido por grupo
especializado, em 2008. Ou seja, uma série de incidentes e que certamente
trazem riscos de imagem gravíssimos a uma marca. E crises de imagem de marcas
são como manchas de óleo no oceano, algumas são mais graves, outras menos
graves. Mas o que vem acontecendo com a marca Hopi Hari nos últimos anos
trata-se de uma mancha gigantesca. Incidentes como esses deixarão uma cicatriz
profunda e eterna na marca Hopi Hari e que, se não bem estancada, pode causar
um sangramento fatal da marca. Só o tempo e a habilidade dos gestores da marca
Hopi Hari nos darão um diagnóstico.
E nada melhor nesse momento nefrálgico do que uma das marcas mais amadas do planeta possivelmente aterrissar em Vinhedo para que todas essas manchas de óleo sejam instantaneamente limpadas do oceano. Para os olhos da Disney, nada mal ter um parque no Brasil, hoje a sétima economia do mundo, e a exemplo do que eles já fizeram levando filiais da Disney para a Europa e Japão. A Copa do Mundo do Mundo e as Olímpiadas já estão a caminho do Brasil, nos resta assistir de camarote se Mickey Mouse pretende vir também. Tomara!
E nada melhor nesse momento nefrálgico do que uma das marcas mais amadas do planeta possivelmente aterrissar em Vinhedo para que todas essas manchas de óleo sejam instantaneamente limpadas do oceano. Para os olhos da Disney, nada mal ter um parque no Brasil, hoje a sétima economia do mundo, e a exemplo do que eles já fizeram levando filiais da Disney para a Europa e Japão. A Copa do Mundo do Mundo e as Olímpiadas já estão a caminho do Brasil, nos resta assistir de camarote se Mickey Mouse pretende vir também. Tomara!
Muito bom o texto!
ResponderExcluirUm membro do mundo Disney no Brasil traria uma alavancagem no turismo e faria os outros parques se atualizarem para nao perderem a demanda, nada melhor que uma boa concorrencia pra alguns setores evoluirem.
Hiller,
ResponderExcluirVocê sabe que a idéia do Hopi Hari com idioma e tal é do Fábio Andrade, que dava aula na ESPM, sabe quem é?
A Disney no Brasil seria fantástico e também um grande passo para a marca entrar de vez nos países emergentes.
ResponderExcluirEu mesmo nunca considerei uma ida ao Hopi Hari, mas na Disney, farei questão (veja a força do branding sobre mim).
Abraço :)