quarta-feira, 17 de abril de 2013

Lucia Santaella na SIMC 2013


por @MarcosHiller

Assistir a Lucia Santaella falando é um grande prazer. E pra mim foi um enorme prazer ouvi-la falar aqui na noite de abertura do SIMC 2013 (Seminário de Interação Mediado por Computador) realizado na Fabico/UFRGS (abril 2013) organizado pelo @AlexPrimo.

Santaella ancorou sua fala sobre as construções intersubjetivas nas redes sociais digitais e, para ela, rede sociais são o mais recente estouro do universo digital. Só tem besteira no facebook? Segundo ela, não! O Facebook é um ambiente afetivo. A pessoa põe lá fotos do filhinho que acabou de nascer. O Facebook é um oceano de afetos. O que as redes estão fazendo conosco? Segundo a autora, as redes sociais provocam um abalo sísmico, sobretudo as transformações que estão sendo provocadas na educação. O que esta acontecendo com o humano? Como se caracterizam essas formas de subjetivação na rede? Percebe-se uma multiplicação de “eus”nas redes sociais.  Cada usuário desenvolve uma maneira de uso e de apropriação das redes que lhe é próprio. Cada um decide o que ver, consumir ou com quem quer conviver. Hábitos e usos funcionam como pistas das silhuetas subjetivas de cada usuário.

As redes sociais encorajaram os jovens a mostrarem identidades discursivas. Desenvolvem uma compreensão mais rica de seus papeis e os intercâmbios são mais ricos. A auto-representação fica evidentes das redes sociais, permitem e encorajam o modo de como se dá a ver. Por exemplo, uma frequência cada vez maior de como as pessoas mudam sua foto no perfil do Facebook. As relações nas redes sociais são efêmeras, evanescentes... É uma maravilha saber o que o outro estar pensando, o que está fazendo... O eu é fruto de uma construção tão imaginária, é tão social. No Facebook a gente tem ilusão que temos alguma autonomia. O narcisismo que vemos no Facebook é absolutamente compreensível. As redes estão no ensinando uma realidade que ficava meio opaca pra nós. O narcisismo nas redes é um fato relevante. As pessoas sempre foram narcísicas e encontram a possibilidade expor esse narcisismo nas redes. Ele é colocado pra fora agora! Algo muito novo esta surgindo na redes digitais. Somos todos agora performáticos! A identidade humana é múltipla por naturaza. Ficou mais difícil lidar com a subjetividade agora do que antes . . . ela ficava enclausurada. Agora não! A gente posta e o outro comenta, critica, elogia, refuta: temos que aprender a lidar com isso. Vivemos em um mundo em que não mais tempo nem lugar para a nostalgia.

A proliferação das identidades múltiplas inauguram uma nova metodologia de pesquisa: não tem como pesquisar as redes sem estar nelas. Não tem como observar de fora. Expulsa os falsos pesquisadores!

Viva, Lucia Santaella!

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