Por @marcoshiller
Steve Jobs não é mais o CEO da Apple. O mundo da tecnologia acordou triste hoje. Após uma longa, histórica e bem sucedida jornada à frente da Apple, Steve Jobs abandonou a sua empresa. Jobs é um gênio, e todo gênio que se preze sobra em alguns aspectos e deixa a desejar em outros. Ao mesmo tempo em que ele demitia funcionários nos elevadores da Apple em Cupertino/Califónia, de lá eram lançados novos produtos que causam um habitual frisson em todo o planeta. Ao mesmo tempo que ele não fazia pesquisa com consumidores para lançar seus produtos, ele acerta a mão em tudo que lança. Ao mesmo tempo que ele diz, com a maior naturalidade de mundo, que o trabalho de 200 engenheiros que se debruçaram em um projeto durante 2 anos de nada valeu , ele lança um MP3 com apenas 1 botão no meio, e é líder de categoria no segmento. Esse é o mago Steve Jobs.
Se eu tivesse a dura missão de resumir Steve Jobs em poucas palavras, eu me limitaria em: paixão aos detalhes e intuitividade. Tudo que a Apple fez, faz e fará carrega esses dois valores de forma sublime. Todos os produtos da Apple têm uma extrema atenção ao detalhes, tudo muito bem calibrado, bem pensado,e todo novo design tem um racional fortíssimo por trás.O cabo de energia é preso com imã ao computador, pois se você tropeça no fio não joga seu trabalho no chão. O botão de liga/desliga é sempre atrás, caso você esbarre, isso não deletará seu projeto todo. Tudo é muito intuitivo. Nunca mexemos em um iPad mas quando pegamos um parece que já sabemos onde as coisas estão. Todo produto da Apple é assim. O iPad logicamente não possui manual de instruções, pois aprendemos a operá-lo sozinho. Mas se você é da geração X e gosta de ler manuais, sem problemas. Vá no site da Apple e baixe o PDF.
Jobs deixa um legado incomparável. Há quem compare o que ele faz como algo parecido com religião. Jobs é o messias, a Apple Store é a Meca da Tecnologia mundial e nós não somos meros consumidores, somos verdadeiros seguidores e adoradores. E resta a Tim Cook agora, o mais novo CEO da companhia, fazer jus à fama de seu antecessor, e vestir a camisa 10 do “Pelé da Inovação”. É uma camisa pesada, é um crachá com brilho próprio, e que estará atento aos olhares ávidos de nós consumidores. Vale lembrar que Steve Jobs era rodeado por outros gênios. Um deles é Jonathan Ive, que ao mesmo tempo que passeia em seu Aston Martin pelas praias da California, também desenha produtos como o iMac.
Jobs é um gênio provocativo. Ele desafiou o mercado editorial com os e-Books, que vieram para ficar e crescem de forma avassaladora. A maior evidência disso é o pedido de falência da gigante Borders (simplesmente a segunda maior livraria dos Estados Unidos), e uma das grandes razões se deve ao fato deles não terem ido de forma tão agressiva para o segmento de e-Books. E Jobs avisou. Os livros físicos estão com os dias contados. Livros físicos ocupam andares e mais andares de bibliotecas. Livros físicos são ecologicamente incorretos e pesam nas nossas mochilas. Os livros digitais não pesam nada, são mais facilmente compartilhados, são gostosos de ler e a natureza agradece.
Steve Jobs e a sua Apple ditam a vanguarda tecnológica,e ao mesmo tempo, geram uma rápida e proposital obsolescência de seus produtos. O iPad 1 que, até o ano passado, estava na crista da onda, hoje já é velho. Dentro de anos, será item de museu. Não me resta dúvidas que Tim Cook e seu brilhante time de engenheiros e designers já estão com o iPad 3 pronto, e o iPad 4 já no protótipo, e o iPad 17 já idealizado. E cabe a nós consumidores sermos engolidos por esse tsunami de gadgets. A verdade é que eu não preciso de iPad 2, mas eu tenho que ter. Obrigado, Jobs!
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