terça-feira, 27 de setembro de 2011

O efeito "Hyundai"


Nextel que até outro dia era marca de um rádio comunicador de pessoas dentro de empresas, hoje é um celular moderninho e que todo mundo quer. Heineken que até outro dia era cerveja amarga de homens mais velhos, hoje é cerveja saborosa do jovem que assiste os jogos da Champions League. E Hyundai que até outro dia é carro de coreano careta, hoje é item de desejo de gente sofisticada e quer aceita esperar meses por um carro novo na concessionária. E os autores criaram um nome para isso: se chama reposicionamento. Por meio de um conjunto de ações de comunicação bem feitas e bem articuladas, essas marcas conseguiram mudar nossa percepção sobre elas. E promover essa mudança brusca de sentimento no “chip” de nós consumidores não é tarefa fácil, leva tempo e não custa pouco. Nesses exemplos que eu dei, para mim é um dos mais contundentes, sem duvida, é o da marca Hyundai.

A Hyundai no Brasil pertende ao grupo CAOA, uma potência no segmento de concessionárias de carro. E a receita desse bolo Hyundai tem 2 ingredientes básicos:

- para cuidar do design dos novos lançamentos de carros da Hyundai foi contratado Thomas Buerkle, ex-Diretor de Design da BMW, simplesmente uma das marcas de carro mais aspiracionais do mundo e a marca de automóvel que mais vale no mundo hoje (segundo o último ranking da Millward Brown);

- e investiram em ações de comunicação algo na linha de R$ 2 bilhões (um verdadeiro caminhão de dinheiro), onde podemos estimar que em cada automóvel Hyundai que vemos na rua, foi gasto em comunicação com ele cerca de R$ 12 mil. Uma bela de uma cifra, não? Eles contrataram o edulcorado locutor Ferreira Martins como a voz da marca em seus comerciais. Nos últimos anos, a Hyundai comprou espaços de propaganda em praticamente todas as primeiras capas de Estadão e Folha de S.Paulo.

O resultado não poderia ser outro. Marcas super tradicionais como Ford, Fiat, GM e Volkswagem que, até então, reinavam absolutas no competitivo mercado brasileiro, hoje temem a coreana. As curvas de vendas de carros da Hyundai, como a do belíssimo i30, por exemplo, crescem de forma exponencial. O fato é que a Hyundai deu uma nova ordem ao mercado automotivo no Brasil, e já conquistam um market share que deixaria os coreanos mais pessimistas de olhos bem abertos.

Veloster, Santa Fé, Vera Cruz, Sonata, Tucson, Elantra, Azera, i30, i35. Esses são os protagonistas dessa novela marcante que a Hyundai está escrevendo no mercado automotivo no Brasil. E cabe aos executivos de marketing e de branding da Hyundai gerenciar de forma cuidadosa toda essa arquitetura para continuar tirando o sono dos executivos de outras grandes montadoras.

3 comentários:

  1. Realmente a hyundai tem crescido bastante. Seus carros são muito bonitos e chamam atenção pelos detalhes.O caminho pra chegar aqui não foi fácil mesmo. Esses carros, antigamente, era mal vistos devido a qualidade, que não era das melhores,mas tudo isso mudou.
    Acredito que se eu pudesse ter um carrão, esse seria hyundai. Por enquanto fico com o meu GM.

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  2. Outra empresa que está crescendo bastante é a Renault pelos seus carros com custo/benefício ótimos!! O Sandero saiu de um 10º lugar nos mais vendidos para o 5º lugar em pouco tempo!!

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  3. Há quase dois anos comprei um i30. e antes de tomar essa decisão eu ainda possuía certa desconfiança dessa marca que já se mostrava bastante agressiva aqui no Brasil (e no MUNDO...)

    depois que li a história da guinada da Hyundai nos EUA, aqui: http://money.cnn.com/2010/01/04/autos/hyundai_competition.fortune/index.htm

    decidi comprar o carro e tive uma grata surpresa com relação à qualidade e o produto em si.

    porém, apesar de todo esse sucesso, eu deixaria o sinal de alerta ligado para a Hyundai justamente por ela estar sendo representada aqui no Brasil pela CAOA.

    Não tenho detalhes do contrato que envolve Hyundai e CAOA, mas pensando no longo prazo, a Hyundai tem que ficar mais próxima da gestão da comunicação da marca no Brasil, tanto na mídia de massa quanto no relacionamento com clientes.

    É comum em seus lançamentos a CAOA divulgar algumas features do carro no papel e na prática acontece outra coisa. O último exemplo é no Veloster onde em muitas fichas técnicas usadas pelos concessionários para vender o carro aparece o novo motor GDI (com injeção direta), mas que na verdade é um DOHC 16V, para comprovar basta abrir um capô de um Veloster na concessionária Hyundai mais próxima de você.

    Com o tempo a credibilidade da marca fica bem arranhada e uma marca que tem tudo para se dar bem, principalmente pela qualidade de seus produtos, tem sua reputação arranhada por má gestão de marketing, cuja responsabilidade está nas mãos de alguém que aparentemente quer vender a qualquer custo.

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