por @MarcosHiller
Trinta de
abril de dois mil e doze. Um dia que ficará marcado para mim. Como consumidor,
me senti ultrajado em três diferentes situações. Diferentes, mas com algo em
comum. Nas três situações que contarei a seguir nesse texto fui testemunha
ocular de como nós consumidores somos tratados de forma displicente, omissa, relapsa,
desrespeitosa, e todos os outros adjetivos que couber aqui. E eu poderia simplesmente
ter passado por essas experiências e me indignar de forma solitária. Mas não. Ainda
bem que hoje dispomos dessas plataformas digitais como blogs e redes sociais,
onde podemos expressar nossa indignação e, quem sabe, ter o seu relato lido por
executivos dessas empresas.
Meu dia
começou em Florianópolis. Fui passar o feriado lá com a minha mulher. Acordamos
super cedo no IBIS e como estávamos com tempo de sobra não fiz o web check-in
na internet, deixei pra fazer no aeroporto mesmo em um dos totens que a TAM geralmente
disponibiliza nos aeroportos.
Na verdade
é minha relação com a TAM nunca foi das melhores. Há 14 anos, mais precisamente
em 1998, eu estava no segundo ano da faculdade. E era a Semana da Administração
lá na ESPM. Um dos palestrantes era o emblemático Comandante Rolim, que teve
uma morte trágica, e carregava consigo a fama de revolucionar o processo de
marketing e atendimento ao cliente de empresas de serviços. A TAM foi pioneira
em colocar tapete vermelho na entrada das aeronaves, em colocar o comandante do
avião na porta cumprimentando os passageiros, e em ter criado o canal Fale com
o Presidente (uma linha direta de reclamações, críticas e elogios para o
principal executivo da companhia). Louvável!
Na ocasião,
o primeiro grave acidente com o Fokker 100 da TAM que matou 99 pessoas no
bairro do Jabaquara tinha acontecido há cerca de 2 anos. O assunto ainda pairava
no ar e, ao longo da palestra, o clima estava estranho. Rolim conduzia sua fala
de forma meio impaciente, com frases de efeito e com uma pitada de arrogância
em algumas passagens. Definitivamente ele não estava num dia bom. Ao final de
sua palestra, foi aberta a sessão de perguntas e respostas. Um dos alunos
dirigiu ao comandante tratando-o com o pronome “você”. Na resposta, Rolim foi
enfático: “por favor, não me chame de você, me trate como senhor pois tenho
idade para ser seu pai”. Sim, ele falou isso para um auditório lotado. Nesse
momento, alguns alunos se ajeitaram na confortável poltrona do auditório e outra
uma meia dúzia levantou-se e foi embora no meio de sua resposta. Foi uma
situação, no mínimo, deselegante, parafraseando Sandra Annenberg. Esse episódio
me marcou muito, e de lá pra cá, nunca mais vi a TAM com bons olhos.
Pois bem,
voltando para o mundo real, chegando no Aeroporto de Floripa, fui fazer meu
webcheck-in no totem de auto-atendimento da TAM. Ao final de todo processo, a
máquina me informa que tinha caído o sistema, ou tinha acabado o papel da
máquina. Tentei o procedimento nas outras 2 máquinas e nada. Eu já tinha
concluído o check-in, e só precisava imprimir o voucher mesmo. Ao solicitar a
ajuda de uma moça do balcão de vendas da TAM, ela disse que não tinha o sistema
de check-in. Eu não acreditei. Ao me informar com o agente de aeroporto que
circulava suando pela multidão, ele disse que eu deveria encarar uma fila
enorme apenas para imprimir meu voucher. Me dei ao trabalho de sugerir a ele
que colocasse algum adesivo nos totens informando que as máquinas estavam
inoperantes. Ele nada fez. Enfrentei a fila de uns 20 minutos. Ao longo da
espera, podia-se ver atrás do balcão do check-in o maior tumulto entre os
agentes de aeroporto da TAM, uma bagunça generalizada. Algumas malas jogadas
pelo chão. De repente, um dos funcionários sai da sala, aponta para uma mala, e
diz: “Pelo amor de Cristo, de quem é essa mala em standby???”. Disse isso ali
na frente de todos os clientes. Uma atitude completamente desnecessária.
Pegamos o nosso vôo e tudo correu bem.
Chegando em
São Paulo, fomos almoçar no Shopping Páteo Paulista. Na sexta feira anterior eu
tinha pedido minha portabilidade da CLARO para a TIM. Mas tinha saído da TIM
sem meu chip estar em pleno funcionamento. Na loja da TIM, fiquei sabendo que o
sistema da TIM estava indisponível (“à nível Brasil”) e sem previsão para
retorno. Achei um absurdo aquilo. Fiquei refém de um problema sistêmico.
Comecei na TIM com o pé esquerdo.
Saindo da
TIM, deu vontade de comer x-salada. Fomos no THE FIFTIES, uma belíssima
lanchonete localizada no topo do shopping, e cheio de premiações da Vejinha na
parede. Pedimos o lanche PIC ASIÁTICO que custa cerca de R$ 24,00. Após 33
minutos de espera, chega o lanche. Um hamburger normal, com um pão burocrático,
um molho sem graça e uns 3 pedacinhos de shitake. Estávamos com fome e comemos.
Ao final, pedi a conta e informei ao garçom que não pagaria os 10% de serviço
por conta da demora no lanche. Ele nem sequer esboçou reação, nem mesmo pediu
desculpas. Fomos embora com a promessa de nunca mais voltar naquele local. Na
cidade de Bauru, interior de São Paulo, come-se um lanche de trailer muito mais
gostoso que aquele e por R$ 4,50 (o Lanche do Baiano).
A pior coisa que vc pode ter feito na vida, é ter ido pra Tim. Daqui alguns meses (ou semanas), vc irá entender isso...
ResponderExcluirExperiências desse tipo devem mesmo ser comentadas em redes sociais e por isso também uso muito o meu blog com esse fim. Dá uma certa sensação de "liberdade"poder escrever e contar "para o mundo"nossa péssima experiência. recentemente tive uma experiência muito ruim com a TAM num vôo de S.Paulo para Ribeirão que pousou em Belo Horizonte. Péssimo tratamento, falta de preparo, de treinamento e de bom senso do.......gerente local da TAM. Isso mesmo !! Ainda quando é o "pessoal da operação"que falha, entendemos, mas a gerência ? O principal homem que representa a empresa ? Como pode.
ResponderExcluirQuanto a portabilidade, lamento mas no fundo todas são iguais. Quando fiz minha portabilidade da Claro para a Vivo também sofri e de uma maneira bizarra. Saí da loja com os chips (eram 2: meu e do meu filho), mas a funcionária não os testou e no fundo, não serviam nos aparelhos que tínhamos (sabe aquela coisa de 3G, 4G, 3XPTO, sei lá). Simplesmente não funcionava.
Quanto ao sanduíche, concordo que muitas vezes, em locais bem menos badalados e premiados, comemos muito melhor. Esses "prêmios" que são dados ao "melhor restaurante", "melhor sorvete", "melhor pastel", etc, tem muito de político e de interesse comercial por trás. Atualmente e bem difícil ir num estabelecimento "mais comum" e ser atendido com presteza e por alguém que entende que vive de reter clientes. Uma lanchonete, como uma Cia aérea e uma operadora de telefonia, ganham muito mais com os clientes frequentes do que em cativar novos clientes. Todos sabem disso, mas o pessoal do marketing dessas empresas, parece esquecer ou fazer questão de fingir que isso é bobagem.
E vamos em frente, usando nossos blogs para botar a boca no trombone. Abraço,
Marcos,
ResponderExcluirEntrarei em contato com voce para abordar as questoes relativas ao The Fifties.
Lamento os inconvenientes.
Ricardo