terça-feira, 22 de março de 2011

Mr. President, the “capoeira” does not represent our brand country


By Marcos Hiller

Post curto, porém incisivo. Tudo bem que nosso país ainda tem alguns números lamentáveis como: metade de nossos prefeitos são semi-analfabetos; só 12% de nossos jovens estão no ensino superior, sim só 12%; só 35% de nosso país acessa a internet; Brasil não aparece entre as 200 maiores universidades do mundo, e por aí vai. Mas temos outros números simplesmente espetaculares, como por exemplo: hoje somos a 7ª economia do mundo, e em 2016 seremos a 5ª economia.

O que me deixou mais indignado é a forma como nosso país o Brasil é estereotipado, quando líderes mundiais pisam no nosso solo. Simplesmente nada contra as pessoas que praticam capoeira. Mas por que diabos levar Obama e família para a Cidade de Deus assistirem crianças praticantes de capoeira? Quantos % dos jovens brasileiros praticam capoeira? Ok, era o esporte praticado pelos escravos,etc. Mas acho que temos outros “produtos” que precisariam ser enaltecidos numa visita desse quilate. Era o primeiro presidente negro dos Estados Unidos visitando o Brasil com a primeira presidente mulher. Oras, no meu ponto de vista, o que fizeram esse final de semana foi sim um processo de unbranding de nosso país. E ainda tiveram a ideia de trazer da Argentina o belíssimo quadro Abaporu da Tarsila. Sim, o dono do museo Malba de Buenos Aires é o proprietário dessa belíssima obra pós-moderna brasileira. Por que esta obra de arte não está aqui? O fato é que nosso país vai muito além desses clichês, como a capoeira, o tucano, o samba. Somos exportadores de publicidade, somos exportadores de aviões, de automóveis, de soja, de suco de laranja, e por aí vai.

Pode escrever aí: em 2014 e 2016 colocarão Gilberto Gil, Daniela Mercury e as mulatas do Sargentelli dançando, sambando, jogando capoeira no Maracanã, com cenografia de favelas ao fundo.

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