Por Cristiano Castro*
Muito bem. E a tal da inovação, hein? Tão celebrada e cultuada pelos mais diversos tipos no mercado, a inovação vale uma pequena reflexão.
Quando ouvimos falar de inovação, logo pensamos em um produto cheio de tecnologia de ponta, estado da arte, que custa o olho-da-cara, certo? E o próprio mercado se encarregou de nos ajudar a pensar desta forma, falando das maravilhas inovadoras do iPod, iPhone e iPad, dos televisores de LED e 3D, etc. Mas será que é isso mesmo? O que dizer então do Nano, da Tata Motors, o carro que alcançou um nível de custos mais baixo do que qualquer pessoa jamais imaginou possível? E a Consul, com seu fogão de pés altos que ajudam na limpeza da cozinha voltado pras classes menos privilegiadas, não está inovando?
Até aqui tivemos exemplos de produtos apenas, mas se deixarmos de pensar em produtos, também é possível encontrarmos exemplos interessantes de inovação: a Dell inovou em sua logística de produção e entrega de computadores, a Casas Bahia inovou em sua forma de cobrar pelos seus produtos. Certo?
Sendo assim, podemos começar a pensar na inovação de uma outra forma agora. Uma inovação pode então ser definida como uma forma nova de ver ou fazer alguma outra coisa, uma forma que ninguém tinha pensado ainda, ou que ninguém tinha feito ainda. Às vezes podem ser coisas simples e, às vezes, coisas mais complexas. Podem ser tecnologias caras, mas também podem ser tecnologias baratas. Podem ser coisas, mas também podem ser “não-coisas”, como processos, modelos de negócio, formas de se comunicar. Não necessariamente a inovação é algo difícil de se fazer.
O que escutamos muito por aí é as empresas que não inovam tendem a morrer. Baseado no que vimos até aqui, isso é bem possível de ser verdade mesmo. A inovação pode tornar seu consumidor mais fiel, sua marca mais valiosa, seus custos mais enxutos. Mas, o importante é que ela comece sempre no lugar certo. E o lugar certo pra uma inovação começar não é, ao contrario do que pode-se pensar por aí, o laboratório da empresa. O lugar certo pra inovação começar é naquele que vai se beneficiar da inovação, o famoso CONSUMIDOR! Exemplificando: se hoje já existem lavadoras de roupas que oferecem a opção de água quente, porque alguém gastaria tempo e dinheiro desenvolvendo uma lavadora que aqueça água através de microondas? O benefício para o consumidor continuará sendo o mesmo, certo? Todos os exemplos de inovação que vimos neste texto podem ter tido sua origem no consumidor, concordam?
Portanto, inovar tem tudo a ver com conhecer seu consumidor a fundo. E, isso sim não é fácil!!!
*Cristiano Castro é mestrando da FGV-SP e reúne passagens pela Nazca Cosméticos, Whirlpool e Sharp.
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